terça-feira, 13 de outubro de 2009

DIA DO PROFESSOR

Se eu não fosse professor ...

Nunca pensei em ser professor quando criança. Mesmo porque eu era um menino muito tímido e jamais imaginei que enfrentaria uma turma de 40, 50 alunos; na verdade, não tinha coragem nem de enfrentar as visitas que iam à casa de meus pais.
Tinha dificuldades até na escola por causa de minha timidez, chegando até me prejudicar. Mas um dia escutando “one day in your life”, interpretada por Michael Jackson, disse a minha mãe: eu quero aprender Inglês; eu quero saber o que as músicas dizem; minha mãe era a única pessoa que eu conversava e já tinha 14 anos. Então ela falou com o meu pai e ele me matriculou em um curso de Inglês.
No início foi um desastre, até que eu entendia as aulas, mas na hora de falar... .
Mas tive uma professora, Fernanda Ribeiro, que conversou muito comigo e me ajudou, através da Língua Inglesa, a dominar meus medos e enfrentar os obstáculos.
Aos 19 anos de idade concluir o curso e já dava aulas particulares, sempre tentando ajudar as pessoas. Passando o que eu sabia para os que precisavam. Meus dois primeiros vestibulares foram para medicina e “fracassei”, não sei se foi realmente fracasso ou ajudinha do destino.
Como já dava aulas de Inglês, fiz vestibular para Letras na área de Letras e Artes, mesmo sendo da área de Ciências Biológicas, pensava que não passaria, pois as provas não eram das disciplinas da minha área de conhecimento, mesmo assim, passei em décimo lugar do meu curso e eram apenas cinquenta vagas.
Para quem já gostava de gramática, o curso de letras foi uma festa, e lá estando encontrei outra paixão: a literatura.
Hoje me encontro com vinte anos de magistério e nunca me arrependi da escolha de minha profissão, porque entendo que além de profissão é minha vocação.
Mesmo sabendo que o professor não é valorizado, não é respeitado, é mal remunerado, mesmo sabendo de tudo isso, “tudo vale a pena se a alma não pequena”. E tudo que fazemos com amor, de coração, nos fortalece para seguirmos sempre em frente.
E se eu não fosse professor? Acho que seria alguém a ajudar pessoas, doando tempo, conhecimento, paciência, seria um pouco médico, um pouco psicólogo, um pouco padre, um pouco pai, um pouco filho, um pouco irmão. Acho que seria... seria...
Muito difícil falar, por isso sempre digo: verdadeiramente não escolhi ser professor, a profissão me escolheu.

Prof.: Marco Lucas

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