sábado, 16 de agosto de 2008

Adolescência e Catequese



Padre Antônio Mattiuz
Adolescência é um período de transição: vai dos 12 aos 17 anos. O adolescente não é mais criança, mas também não é adulto. Muitas vezes ele sofre porque não entende quem é e não sabe como comportar-se. Às vezes fica chateado porque é tratado como criança, enquanto que não é mais criança. Às vezes os adultos exigem dele as atitudes próprias dos adultos, enquanto que ele ainda não é adulto.
O corpo do adolescente vai amadurecendo em todos os sentidos.
Na parte afetiva, ele sente a força e os impulsos da sexualidade para a reprodução. Mas também sente que ainda não tem a maturidade necessária para ser pai ou mãe. Por isso fica cheio de dúvidas.
O adolescente tem plena consciência de sua liberdade. Às vezes ele a busca com tanta força a ponto de desrespeitar a liberdade e os direitos dos outros, principalmente dos pais.
A confiança que, como criança, ele tinha para com seus pais, avós, professores, catequistas ficou abalada.
O adolescente percebe que seus pais já não são os maiores e nem os melhores, que seus professores já não sabem tanto, que seus catequistas não são tão perfeitos. Ele constata que seus ‘heróis e seus ídolos’ também são de carne e osso como ele. Então seu mundo pode desabar.
Em geral o adolescente tem grande senso de justiça. Ele não admite nenhuma injustiça por parte de ninguém, embora ele mesmo possa ser injusto.
Com facilidade o adolescente é do contra. Rejeita o que os pais lhe ensinam: ‘meus pais são eles e eu sou eu’. Desobedece facilmente, não vai à Igreja, sai de casa sem avisar e sem dizer quando volta. Na rebeldia ele tenta afirmar sua personalidade e sua liberdade. Por causa disto, provoca muitos conflitos e sérios dissabores.
É na adolescência que a pessoa firma sua personalidade, que assume o que irá ser, que escolhe seus valores, seus princípios, sua ética, sua profissão por toda a vida.
A adolescência é o período das grandes escolhas da vida. Cada um será o que escolher. A vida dependerá das suas escolhas.
O processo da adolescência pode ser muito doloroso, mas também é muito satisfatório.
Alguns pais, com lágrimas, dizem: ‘Em que errei eu na educação?!’
Talvez errou pensando que conhecia bem seu filho adolescente; talvez por trata-lo como criança ou por considera-lo como adulto. Adolescente não é mais criança, mas ainda não é adulto.
É preciso tratar o adolescente com grande amor, muita paciência e com enorme compreensão. Precisamos dar-lhe sempre a liberdade com a responsabilidade: “Você é livre. Você conhece seus direitos e deveres. Faça o que achar certo e assuma as conseqüências de seus atos. Se você fizer besteiras, assuma as conseqüências, pois você não é mais criança. Conte conosco. Nós, teus pais, te amamos e só queremos o teu bem”.
O adolescente fica confuso, mas ele precisa muito das orientações dos adultos, principalmente dos pais e catequistas. É preciso ajuda-los pois é na adolescência que a pessoa constrói o grande edifício de sua personalidade na honestidade, coerência e justiça ou na desordem.
Via de regra o adolescente sonha alto; não se contenta com a mediocridade. Por isso na catequese é preciso apresentar-lhe uma religião cristã sólida, firme, segura, capaz de dar-lhe segurança. Se a catequese for infantil ou superficial, será jogada fora como qualquer brinquedo de criança.
O catequista precisa apresentar-lhe aquele Jesus do Evangelho: o filho de Deus feito homem, o salvador, a luz do mundo, a rocha firme, o caminho, a verdade e a vida, modelo para qualquer pessoa humana.
O catequista precisa ser coerente: viver o que ensina, ser testemunha e modelo de fé em quem o adolescente possa espelhar-se.
Hoje ele é adolescente, mas logo mais será adulto. Trate-o agora como gostaria de tê-lo tratado daqui a pouco, quando ele será adulto.

O autor é coordenador arquidiocesano da Pastoral da Catequese

Um comentário:

mega blog disse...

TOu fazendU uma visitinhA aki..

well 302 manhã..

faLow

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